Renascimento (1400 – 1640)
O Renascimento marca um rápido progresso na música, primeiro na música vocal, mas logo a seguir na música instrumental.
Ao mesmo tempo houve um grande desenvolvimento na construção de instrumentos. Durante esse período, famílias inteiras de instrumentos (consorts) foram construídas, do discante ao contrabaixo.
O Renascimento apresenta notáveis técnicas de construção notáveis que resultam em instrumentos musicais inteiramente novos.
Livros sobre instrumentos musicais
Devemos nosso conhecimento da música do Renascimento ao desenvolvimento da documentação musical e à criação de acrevos funcionários.
Livros sobre instrumentos musicais (alguns deles bastante ilustrados) e uma variedade de instrumentos preservados nos permitem formar uma ideia clara dos instrumentos da época.
Esses materiais fornecem descrições bastante detalhadas dos instrumentos, bem como o método correto de executá-los.
A construção de instrumentos de metal
No Renascimento os europeus aprenderam com os árabes, na época avançadíssimos em muitas áreas do conhecimento, como moldar um instrumento soldando peças de latão marteladas.
- Para fazer um tubo a chapa metálica é martelada e soldada.
- Para fazer uma campana a chapa é cortada em forma de triângulo e um lado é cortado em pequenas rebarbas. A chapa é dobrada e soldada formando um cone, e por fim martelada para ajustar a forma desejada.
A maioria os instrumentos de metal da Idade Média eram retos ou com curvas bem abertas, mas uma descoberta por volta do ano 1400 fez toda a diferença: a técnica de dobrar tubos
Se você tentar martelar um tubo em uma curva, o tubo ficará enrugado, mas com essa nova técnica, o tubo é preenchido com chumbo (que tem um ponto de fusão mais baixo que o latão) e, quando o chumbo esfria é possível ,martelar esse tubo martelar o tubo na forma desejada, sem que ele foque enrugado.
Quando tubo, agora dobrado, é aquecido, o chumbo flui para fora do tubo, e o resultado são curvas perfeitas.
Com essa técnica as longas porém e desconfortáveis trombetas passaram a ser dobradas em “U”, “S” ou ainda em formas circulares, o que facilitava o transporte e a execução.
Instrumentos de metal eram eram construídos em pequenas oficinas, mas em Nuremberg (Alemanha) foi o lugar onde houve uma grande quantidade de “mestres” que produziram instrumentos para todas as partes da Europa nos séculos 16, 17 e 18, e que deram aos fabricantes alemães uma excelente reputação.
Eram instrumentos da mais alta qualidade e frequentemente fornecidos com decorações excelentes. Por razões decorativas (não musicais), até instrumentos de prata foram feitos.
Para manter esse alto nível, os fabricantes de instrumentos de Nuremberg foram organizados em guildas especiais, e parece que a profissão era herdada de pai para filho, porque os nomes famosos como: Ehe, Haas, Schmidt, Neuschel e Snitzer estão representados em várias gerações.
Instrumentos circulares e espirais
Desde os seus primórdios, a humanidade soprava chifres de animais para produzir sons.
Com a evolução das técnicas de técnica de dobrar e enrolar tubos, formas antes só encontradas na natureza puderam ser reproduzidas em metal. Surgem instrumentos com muitas curvas, cônicos, circulares e espiralados!
O princípio da trompa é um tubo cônico por definição, mas no Renascimento os termos trompete e trompa eram muitas vezes usados como sinônimos, por isso, trompetes em espiral sobreviveram até o barroco.
As primeiras trompas de caça são o embrião dos nossos instrumentos modernos e são citadas em “Le Livre du Tresor de Vanerie” escrito por Hardouin de Fontaines Guérinsobre em 1349.
Essa tablatura indica toques de caça escritos em um único tom, sem pauta, apenas com quadrados em preto e branco. O ritmo poderia ser escrito assim em notação moderna: